O título da poesia que vem abaixo é “Brasil”.
Trata-se de uma paródia ao Hino Nacional Brasileiro, feita por uma menina de 13 anos de idade, de Guanambi, na Bahia. O poema foi premiado com menção honrosa no concurso Poesia Viva e sua autora, Maria Laranjeira Scolaro, recebeu o troféu das mãos do presidente Fernando Henrique Cardoso, no Itamarati, em 1996.
O meu colega, poeta e ator Rubervam du Nascimento, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no PI, recitou e tornou vivo este poema, de uma forma magistral e tocante.
Conhecedor da realidade da infância sofrida que trabalha, ele fez essa interpretação em Natal, para encerrar um seminário Norte-Nordeste sobre trabalho infantil.
Lamentavelmente, um assessor do Ministro do Trabalho, daquela época, sem saber que o próprio presidente havia premiado a criação, disse ao referido ministro que um Fiscal do Trabalho havia ultrajado o Hino e a Bandeira Nacionais e pediu providências.
Rubervam vestiu-se do que a sociedade chama de “pivete”, termo discriminatório para uma criança ou adolescente em situação de risco social.
A sua performance se deu quando acenderam as luzes, após ouvirmos no escuro a música “Brasil”, interpretada por Cazuza. Um momento inesquecível para os colegas da Região Norte e do Nordeste que estiveram presentes naquele ano de 1996.
Abaixo, o texto premiado:
A LETRA DA PARÓDIA
Ouviram do Ipiranga
Em suas margens imundas
De um povo pobre, fraco e sofredor,
Um grito de “socorro”
E o sol nos cinzentos céus
Brilha quase sem cor
Se o preço para sermos iguais
Não conseguimos conquistar com braço forte
Não desafiaremos nosso peito à própria morte
Ó! Pátria desgraçada!
Salvem-nos, salvem-nos!
Brasil em pesadelo, um relâmpago,
De fome e de guerra à terra desce
Se em teus céus cinzentos, cheios de fumaça
A imagem de uma fábrica aparece
Gigante pela destruição da natureza
És pobre, fraco e temes viver
E em teu futuro só existirá medo
Terra imolada,
Entre outras mil,
Estás tu, Brasil,
Pátria acabada
Dos filhos deste solo és mãe desnaturada
Deitados no banco da praça
Ao som de buzinas de carro
Figuras de um Brasil desabrigado
Sem cama e sem coberta
Do que na terra mais se acredita
É num Brasil cheio de amor e de esperança
Cheio de cor, cheio de vida,
Cheio de sonhos, cheio de crianças,
Ó! Pátria desgraçada!
Salvem-nos, salvem-nos!
Brasil sem nada de eterno seja símbolo
De esperança e de paz para o futuro
E mostra o que tu podes fazer
Pois, se nada fazes pelo teu povo
Verás que teu filho sufocado pela luta
Teme, sofre até morrer
Brasil, eu te amo
Apesar de tudo, eu te amo
E digo:
Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil
Ó Pátria amada
Dos filhos teus serás um dia a mãe gentil
Pátria amada,
Brasil
Trata-se de uma paródia ao Hino Nacional Brasileiro, feita por uma menina de 13 anos de idade, de Guanambi, na Bahia. O poema foi premiado com menção honrosa no concurso Poesia Viva e sua autora, Maria Laranjeira Scolaro, recebeu o troféu das mãos do presidente Fernando Henrique Cardoso, no Itamarati, em 1996.
O meu colega, poeta e ator Rubervam du Nascimento, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no PI, recitou e tornou vivo este poema, de uma forma magistral e tocante.
Conhecedor da realidade da infância sofrida que trabalha, ele fez essa interpretação em Natal, para encerrar um seminário Norte-Nordeste sobre trabalho infantil.
Lamentavelmente, um assessor do Ministro do Trabalho, daquela época, sem saber que o próprio presidente havia premiado a criação, disse ao referido ministro que um Fiscal do Trabalho havia ultrajado o Hino e a Bandeira Nacionais e pediu providências.
Rubervam vestiu-se do que a sociedade chama de “pivete”, termo discriminatório para uma criança ou adolescente em situação de risco social.
A sua performance se deu quando acenderam as luzes, após ouvirmos no escuro a música “Brasil”, interpretada por Cazuza. Um momento inesquecível para os colegas da Região Norte e do Nordeste que estiveram presentes naquele ano de 1996.
Abaixo, o texto premiado:
A LETRA DA PARÓDIA
Ouviram do Ipiranga
Em suas margens imundas
De um povo pobre, fraco e sofredor,
Um grito de “socorro”
E o sol nos cinzentos céus
Brilha quase sem cor
Se o preço para sermos iguais
Não conseguimos conquistar com braço forte
Não desafiaremos nosso peito à própria morte
Ó! Pátria desgraçada!
Salvem-nos, salvem-nos!
Brasil em pesadelo, um relâmpago,
De fome e de guerra à terra desce
Se em teus céus cinzentos, cheios de fumaça
A imagem de uma fábrica aparece
Gigante pela destruição da natureza
És pobre, fraco e temes viver
E em teu futuro só existirá medo
Terra imolada,
Entre outras mil,
Estás tu, Brasil,
Pátria acabada
Dos filhos deste solo és mãe desnaturada
Deitados no banco da praça
Ao som de buzinas de carro
Figuras de um Brasil desabrigado
Sem cama e sem coberta
Do que na terra mais se acredita
É num Brasil cheio de amor e de esperança
Cheio de cor, cheio de vida,
Cheio de sonhos, cheio de crianças,
Ó! Pátria desgraçada!
Salvem-nos, salvem-nos!
Brasil sem nada de eterno seja símbolo
De esperança e de paz para o futuro
E mostra o que tu podes fazer
Pois, se nada fazes pelo teu povo
Verás que teu filho sufocado pela luta
Teme, sofre até morrer
Brasil, eu te amo
Apesar de tudo, eu te amo
E digo:
Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil
Ó Pátria amada
Dos filhos teus serás um dia a mãe gentil
Pátria amada,
Brasil
Parabéns pelo blog, Marinalva!
ResponderExcluirMas conheço alguém que está devendo um livro com suas histórias no combate ao trabalho escravo :-)
Beijo grande,
Leonardo Sakamoto
Obrigada Leonardo. É um tímido espaço, reconheço, para comportar a grandiosidade das experiências vividas no meu trabalho, mas é a parte que cabe nesse latifúndio de informações sobre trabalho escravo, infantil, tráfico de pessoas, discriminação, assédio e o rosário de iniquidades gerados pelo trabalho.
ResponderExcluirApós 18 anos, a autora desse poema, Maria Laranjeira Scolaro, tornou-se a minha namorada!
ResponderExcluirQue fantástico! Depois de tantos anos ainda ver a minha paródia sendo recitada e comentada. Agradeço a Rubervam du Nascimento e a Marinalva Dantas pela lembrança.
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