domingo, 22 de abril de 2012

Abusar sexualmente de uma criança é o mesmo que roubar-lhe a alma

Sendo hoje parte de uma família italiana, no seio da qual vive meu queridíssimo neto, aprendi a gostar da sua culinária, dos seus costumes, que tanto influenciam a Nação Brasileira. Claro, caí de amores pela sua música, tendo passado a ouvi-la sempre no percurso casa/trabalho.
Os tios-avós, a avó e a mãe do mio bambino, cantam maravilhosamente bem e sempre me põem em contato com diversos estilos. Mas, um cantor especialmente me atraiu, pela forte emoção que empresta às suas músicas: Renato Zero.
Um dia, em plena Via Costeira, ouvia esse artista e aproveitando a presença de Maria Sorrentino, a avó italiana do meu netinho, pedi-lhe que traduzisse o que ele cantava, porque passava um grande sofrimento naquela interpretação da música "Qualcuno".  Como não entendia ainda muito bem o Italiano, achava que ele falava de um amor perdido.
Maria então me explicou o enredo da música, e fiquei estarrecida. Tratava-se da narração do ataque de um pedófilo, exteriorizado por uma indefesa vítima dessa aberração humana.
Inimaginável! Então eu cantava a caminho do meu trabalho, a história de um abuso sexual sofrido por um menininho! Logo eu, que combato a exploração comercial sexual de crianças e adolescentes e também o abuso sexual mesmo não comercial dessa faixa etária.
Dio!
A partir dessa consciência, passei a perder um pouquinho da minha alma também, porque o intérprete nos leva a um mergulho num  “difícil momento do passado” vivido e revivido por milhões de crianças que têm que suportar um adulto no seu corpo em desenvolvimento. Imagine!
Se nem trabalhar em 90 tipos de atividades a criança/adolescente pode, porque aqui no Brasil são consideradas Piores Formas de Trabalho Infantil, vedadas a todos que tenham menos de 18 anos, imagine se poderia, com o aval da Justiça, trabalhar no pior dentre o pior, que é a exploração sexual comercial.
Piorou ainda mais minha impressão sobre aquela magistrada, que absolveu um pedófilo, porque ele pagava a “meninas profissionais do sexo”, portanto, na sua deturpada avaliação, seria excludente de criminalidade.
Ignorância sobre a legislação e tratados internacionais ratificados pelo Brasil? Ignorância sobre os Direitos Humanos, que são universais e indivisíveis? Inexplicável. Lamentável, moralmente condenável.
Ah meu Deus! O menininho da música ganhou uma pipa vermelha, mas perdeu a inocência e a alma. O recebimento de alguma vantagem tirou-lhe a condição de criança? Não! A criança integral que existia até então, foi violentada e no rastro dela, toda a humanidade.
Dio! Alguém devolva a alma dessa magistrada!
Alguém divulgue o vídeo abaixo!

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